O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta quinta-feira (4 de março) a Operação ‘Curupira’, com o objetivo de desarticular a atuação de grupos que agiam de forma organizada e contínua nos municípios de Colatina, Marilândia, Governador Lindenberg e Vila Valério na prática de crimes ambientais de desmatamento, corte, furto, tráfico e receptação de madeira nativa, além de fraude e falsificação de documentos e outros delitos.
A ação conta com o apoio do 8º Batalhão de Polícia Militar Ambiental e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf-ES).
Estão em cumprimento 35 mandados de busca e apreensão em serrarias, madeireiras e em algumas empresas moveleiras e do ramo da construção civil, bem como também em residências de investigados. Empresários estariam envolvidos no esquema, pois adquiriam madeira nativa mesmo sabendo que era oriunda de crime ambiental. Além disso, fraudavam documentos e inseriam dados falsos no sistema do Documento de Origem Florestal (DOF).
Até a tarde de quinta-feira, haviam sido apreendidas seis armas de fogo durante as diligências. No pátio de uma das madeireiras investigadas, os agentes encontraram aproximadamente 193 metros cúbicos de madeira nativa ilegal, sem o DOF, que deve acompanhar a madeira desde a origem até a destinação final. A empresa foi multada pelo Idaf e pode ser indiciada por crime de receptação qualificada.

As investigações que culminaram com a Operação ‘Curupira’ tiveram início em 2019, após o Idaf, atendendo à solicitação do Ministério Público, elaborar um relatório indicando que uma grande área de floresta nativa de Mata Atlântica, localizada em Governador Lindenberg, estava sendo alvo de sucessivos cortes de madeira nobre como Jequitibá e Peroba. Foram identificados à época 63 pontos de corte de árvores, com a madeira retirada avaliada entre R$ 340 mil e R$ 1 milhão, além de diversas trilhas abertas no meio da mata, preparadas para o tráfego de caminhões.
Participaram da operação nesta quinta-feira dois promotores de justiça, 12 fiscais do Idaf, 30 policiais militares ambientais e 28 agentes do Núcleo de Inteligência e Assessoria Militar do Ministério Público, além de militares do Serviço Reservado do 8º Batalhão da PM.

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