O livro da professora Verônica dos Santos Santiago, lançado no final de 2019, se tornou a principal fonte de pesquisa e referência histórica do município de Sooretama, que completa 27 anos de emancipação política nesta quarta-feira (31).
Intitulado ‘Memórias de Sooretama: história, ensino e escola’, o livro traz relatos fiéis de moradores antigos que vivenciaram e participaram diretamente da trajetória do município, desde o seu surgimento, na condição de povoado, no início da década de 1940.
Evangélica e filha de uma numerosa e tradicional família do município, Verônica Santiago atua como professora de História na rede pública de ensino. Durante o seu curso de graduação, em 2004, ela notou a falta de registros sobre a memória do município. “Tive a ideia de pesquisar sobre a minha cidade, mas percebi que não havia fontes bibliográficas sobre a história de Sooretama. Então me senti desafiada a fazer este levantamento”, contou.
Justamente pela ausência de outros livros e fontes de pesquisa, o trabalho começou praticamente do zero e partiu de entrevistas feitas com alguns dos pioneiros da região, como os senhores Paulo Gomes, Zízio Alves, Lourisvaldo Nunes Santiago, Veredino Francisco, Geraldo Frinhani, Antenor de Souza Ferraz, Arvelino Soneguetti, Jovino Viana de Souza e filhos dos falecidos Eudaldo Loureiro e Aristides Leite de Oliveira, entre outros.
Embora a ideia tenha surgido em 2004, o trabalho só foi efetivamente iniciado por Verônica dez anos depois, em 2014. “O livro é, na verdade, minha dissertação de mestrado. Pensei que seria interessante publicar para que outras pessoas tenham acesso”, frisou a professora.
O livro é riquíssimo em informações históricas sobre o município, emancipado de Linhares oficialmente em 1994. O leitor encontra narrativas dos antigos moradores sobre suas experiências de vida, ao mesmo tempo que testificam as transformações históricas ocorridas na localidade.
Na avaliação da própria escritora, trata-se de uma obra de relevância para o município, que, até então, não possuía fonte bibliográfica sobre a sua história. Do ponto de vista cultural, segundo ela, é um legado para as futuras gerações, especialmente porque alguns dos entrevistados já não se encontram mais entre nós e suas memórias só não cairão no esquecimento por estarem registradas no livro.

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