Sete anos de pedágio e nenhum quilômetro de obra: o impasse da duplicação da BR 101 Norte

Em pronunciamento no plenário da Câmara Federal, na semana passada, o deputado e coordenador da bancada capixaba, Josias Da Vitória (Cidadania), cobrou a concessionária Eco 101, que administra a BR-101 no Espírito Santo, que resolva logo o impasse para a execução das obras de duplicação no trecho norte da rodovia. Recentemente, foi apresentada como alternativa a suspensão por conta da falta de licença ambiental das obras em seis municípios do Estado (Sooretama, Jaguaré, São Mateus, Conceição da Barra, Pinheiros e Pedro Canário), o que foi duramente criticado pelo parlamentar.

Leia também: MPF/ES questiona demora em licenciamento ambiental para duplicação da BR 101 Norte

Da Vitória pontuou que a concessionária já administra há oito anos a rodovia no Estado e ainda não conseguiu resolver o impasse do licenciamento ambiental nos 25 quilômetros que cortam a Reserva de Sooretama, o que vem impedido que as obras avancem na região Norte. Além da Eco 101, o deputado anunciou que a bancada capixaba convocara também o Ministério da Infraestrutura, a ANTT e o Ibama para debater e encontrar uma solução para o imbróglio.

“A proposta de excluir os seis municípios da duplicação da BR-101 é esdrúxula e pitoresca. Não tem cabimento. O que precisa ser feito é excluir apenas os 25 quilômetros da Reserva de Sooretama enquanto se debate com o Ibama e o ICMBio. A duplicação é estratégica para o desenvolvimento do Estado e para a redução do número de acidentes”, afirmou Da Vitória.

Ele ainda lembrou que dentro do trecho que compreende os seis municípios existem duas praças de pedágio funcionando há mais de sete anos.

“Não há justificativa de tomar o dinheiro do cidadão e não fazer as obras que estão assinadas e previstas no contrato de concessão. A população capixaba merece o devido respeito”, desabafou o deputado Da Vitória.

A BR-101 é a principal rodovia do Espírito Santo e corta o Estado de norte a sul. Os 458 quilômetros em área capixaba estão sob regime de concessão desde 2013. Apesar de ter obras em andamento, o trecho sul da BR-101 também enfrenta lentidão para a duplicação plena das vias.