Cidades que por mais de um século dividem o protagonismo na região Norte do Espírito Santo, cujas histórias se misturam, já tendo uma pertencido ao território da outra, Linhares e Colatina devem receber mais um importante elo de ligação. O ministro da Infraestrutura e dos Transportes, Tarcísio Gomes Freitas, anunciou nesta semana, por meio de suas redes sociais, que uma ferrovia com cerca de 100 quilômetros de extensão, ligando os dois municípios, deverá ser construída nos próximos anos.
O ministro informou que o Governo Federal recebeu duas solicitações do setor privado para abertura de novas ferrovias, sendo uma na Bahia e outra no Espírito Santo, entre Linhares e Colatina, com potencial para transportar milhões de toneladas de carga sólida anualmente.
O Ministério da Infraestrutura já recebeu 21 requerimentos de investidores privados, que somam R$ 83,7 bilhões em aportes. Quatro desses requerimentos são de ferrovias que cortam o Espírito Santo. O modal ferroviário entre Linhares e Colatina terá 100 quilômetros de extensão e capacidade para transportar 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, segundo o Ministério. A Companhia Morro do Pilar Minerais S/A foi quem requereu a construção da ferrovia, estimando investimentos de R$ 1 bilhão.
Outro requerimento recebido, segundo o ministro Tarcísio, é o da Petrocity, para a construção da “Estrada de Ferro JK”, que terá 1.108 quilômetros e ligará Brasília ao município capixaba de Barra de São Francisco. A expectativa de investimento é de R$ 13,5 bilhões.
Além disso, o setor privado já demonstrou interesse em construir outras linhas férreas no Estado, como a ferrovia São Mateus-Ipatinga (420 km) e Presidente Kennedy-Conceição do Mato-Sete Lagoas (MG), com 610 km de extensão.
Para se tornar realidade, o Novo Marco das Ferrovias, que possibilita o regime de autorização após esses protocolos, precisa ser aprovado na Câmara dos Deputados e sancionado pela presidência da República. O projeto já foi aprovado no Senado.
História
Uma curiosidade que chama a atenção na história dos dois mais importantes municípios municípios da região é que foi exatamente a construção de uma rodovia que culminou com a separação entre eles. Até 1921, Colatina pertencia ao território do vasto município de Linhares, mas a passagem da estrada de ferro Vitória-Minas pela cidade impulsionou o desenvolvimento colatinense, que ganhou a condição de sede do município, rebaixando Linhares, à época em decadência, à condição de distrito. A separação oficial entre os dois municípios aconteceria 22 anos depois, em 1943, com o que os historiadores linharenses chamam de ‘segunda emancipação de Linhares’.
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