A partir de uma denúncia ajuizada em 2013 pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), a Justiça condenou e, ao final, decretou a prisão da ex-primeira-dama de Colatina, Maria Júlia Rosa Chaves Deptulski, e de mais duas pessoas por desviar recursos públicos que seriam destinados a obras assistenciais e de caridade no município. Os envolvidos no esquema já haviam sido condenados em primeira instância a sete anos e seis meses de reclusão, em regime inicialmente semiaberto, mas recorreram ao Tribunal de Justiça do Estado (TJES), que manteve a condenação e expediu os mandados de prisão no início desta semana.
Maria Júlia é esposa do ex-prefeito Leonardo Deptulski, do PT, que administrou Colatina por dois mandatos consecutivos, entre 2009 e 2016. Além dela, outras duas mulheres foram condenadas ao mesmo tempo de prisão: a presidente da Associação Damas de Caridade de Colatina, Clerismar Lyrio, e Lenize Lilia Tozzi Fachetti. Até o final da tarde desta sexta-feira (2), os mandados de prisão ainda não haviam sido cumpridos.
Na denúncia, o Ministério Público sustentou que a Associação Damas de Caridade de Colatina era utilizada desde 2008 para desvio de verbas públicas. Os valores eram repassados pela Secretaria Municipal de Assistência Social, comandada na época pela ex-primeira-dama. O MP apontou que os desvios, feitos por meio de recibos de pagamentos autônomos falsos, alcançaram quase R$ 56 mil na época dos fatos.
A ex-primeira-dama e os demais envolvidos foram denunciados pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, uso de documento falso e peculato. Os fatos foram investigados pelo MPES por meio da Operação “Jogo de Damas”.
A partir de interceptações telefônicas e depoimentos de testemunhas, o MPES verificou ainda que a primeira-dama e a Associação Damas de Caridade de Colatina atuaram para influenciar o depoimento das pessoas ouvidas durante a investigação e para regularizar os documentos falsos.
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